segunda-feira, 14 de maio de 2012

Internet pode ficar ainda mais rápida e segura no Brasil

 

O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), em cooperação com a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), instalou no Brasil, nos últimos dois meses, 14 novas cópias do servidor L da ICANN, um dos servidores-raiz de nomes da Internet.

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Para quem chegou agora, servidores-raiz de nomes são uma parte crítica da Internet. Eles são a mais alta hierarquia de servidores responsáveis pela transformação de nomes de sites, como http://www.idgnow.com.br, em endereços IP (Internet Protocol) usados pelos computadores. Poucos países possuem mais de quatro cópias de servidores DNS raiz. Entre eles estão Alemanha, Austrália,Brasil, China, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Japão e Reino Unido.
"Esses novos servidores distribuídos no Brasil fazem parte de um esforço global para melhorar o tempo de resposta, a segurança e a estabilidade do sistema da DNS geral, para todos os usuários", explica Joe Abley, diretor de operações DNS da ICANN.
Segundo o comunicado distribuído pelo NIC.br, a partir de hoje, as cópias deste servidor-raiz (o l.root-servers.net, administrado pela ICANN) passam a operar juntamente com servidores do domínio .br em 14 dos 20 Pontos de Troca de Tráfego(os PTTs) responsáveis pela interconexão direta entre as redes que compõem a Internet brasileira.
"Os PPTs garantem que o tráfego internet seja resolvido direta e localmente e não através de redes de terceiros, muitas vezes fisicamente distantes. Trocando em miúdos, provedores de acesso e de conteúdo conectados a um PTT controlam melhor o tráfego que entra e sai de sua rede e são capazes de reduzir os custos decorrentes da troca de tráfego, aumentar a segurança, reduzir a latência? Ou seja, de oferecer uma operação mais eficiente e melhor para os clientes da sua rede e para a Internet como um todo", explica Milton Milton Kaoru Kashiwakura, diretor de projetos especiais e de desenvolvimento do NIC.br.
Agora, pense no ganho ao agregar a tudo isso a resolução de domínios? "Significa que a resolução do DNS vai ser mais rápida, porque vai estar mais próxima da rede do usuários. O tempo de resposta diminui muito", explica Hugo Koji Kobayashi, gerente de Engenharia e Sistemas do Registro.br/NIC.br.
E não só. "O impacto mais relevante dessa nova infraestrutura é o grande aumento na segurança, ao distribuir a conectividade internacional para o serviço de resolução de nomes junto à raiz da Internet dentro do país, e de forma independente", explica Frederico Neves, diretor de serviços e tecnologia do NIC.br.
Ela distribui por toda a internet brasileira, em nível metropolitano, a capacidade de resolução de nomes e consequentemente a resiliência para suportar possíveis abusos ou ataques ao serviços DNS. "Imagina um ataque de DDoS em um servidor-raiz, na Califórnia. Se ele não for muito bem distribuído, não vai conseguir afetar todas as cópias do servidor", afirma Kobayashi. O mesmo vale para um ataque direcionado a um servidor de Brasília. Eles só será capaz de afetar os provedores que estiverem conectados ao PTT de Brasília. Todos os demais continuarão operando normalmente.
O que é o servidor L?
O servidor L é um dos 13 servidores originais da Internet no mundo (há dez instalados nos Estados Unidos, dois na Europa e um no Japão). Antes desses 14 servidores L, o Brasil já possuía outros cinco servidores-raiz. Um F, um L e um Jlocalizados em São Paulo, outro J, em Brasília e um I, em Porto Alegre. O que os diferencia? A organização encarregada da sua administração. O servidor L e seus espelhos são gerenciados pela ICANN. O J, pela Verisign. O, F, pelo ICS ? Internet Systems Consortium. O I, pela Netnod.

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Uma limitação tecnológica impede que os servidores originais sejam mais de 13. Por isso, foi desenvolvida uma técnica chamada "anycast", que permite criar clones desses servidores-raiz, chamados de servidores espelhos, que uma vez operativos, não podem ser distinguidos dos originais. O Brasil, portanto, acaba de receber 14 novas cópias anycast do servidor L da ICANN.
O acordo que permitiu a implementação dessas cópias do servidor raiz "L" na América Latina e o Caribe (região a qual pertence o Brasil, foi assinada pela ICANN e o Registro de Endereçamento da Internet da América Latina e o Caribe (LACNIC) em março deste ano.
Desde 2010, o Brasil era uma dos poucos países do mundo a ter servidores espelhos da Internet operando no país: cinco. O primeiro deles começou a operar em 2003, já com o objetivo de diminuir o tempo de resolução de nomes de todos os domínios, baratear os custos de interconexão de rede e aumentar a autonomia e a confiabilidade no acesso global ao DNS por brasileiros.
Até 2003, o internauta que precisasse acessar os servidores-raiz mais próximos levava aproximadamente mais de 100 milissegundos para obter a resposta, o que tornava a navegação mais lenta. Com esses novos servidores, uma rede conectada aos PTTs realizam o mesmo procedimento em menos de 10 milissegundos.

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